O GRAPIÚNA
Clóvis Silveira Góis Junior.
"Ser Grapiuna significa ter herdado certas virtudes daqueles homens e mulheres que criaram uma civilização e uma cultura originais na região do cacau, no sul da Bahia. As principais virtudes dos grapiunas foram a imaginação, a lealdade e a coragem."
(Jorge Amado)
Textos Acadêmicos:
As origens
de Itabuna: o mito e a
história.
Ayalla Oliveira Silva.
Os estudos da história da região do sul da Bahia por muito tempo estiveram atrelados quase totalmente a uma narrativa memorialista regional. Neste trabalho, pretendemos iniciar uma reflexão da historiografia tradicional no que toca o tema da fundação de Itabuna. O objetivo central é analisar a própria dinâmica da historiografia local, tendo como hipótese que a mesma se solidificou a partir de representações políticas, econômicas e sociais de uma parcela da elite local ao longo da segunda metade do século XX e que vem se perpetuando, sem qualquer esboço de contestação pelas produções acadêmicas da história local, de cunho tradicional. Assim, o que se propõe é repensar as narrativas sobre as origens de Itabuna, considerando a importância do aldeamento de São Pedro de Alcântara em Ferradas, como marco da colonização daquele território na segunda década do século XIX.
Ordem Imperial e Aldeamento Indígena: Camacãs e Pataxós no Sul da Bahia.
Renata Ferreira de Oliveira.
Por muito tempo, a história relegou aos índios um lugar estritamente demarcado pela passividade ou condição de vítima. Os povos indígenas foram concebidos pela historiografia a partir de categorias genéricas, que invisibilizaram as inúmeras diferenças étnicas e culturais. Lidos como incapazes de agir diante das suas realidades, a tendência de análise era a do desaparecimento ante uma sociedade em expansão. Todavia, nas últimas duas décadas, é possível afirmar que essa condição dos índios na historiografia brasileira mudou a partir da emergência da denominada “nova história indígena” que, por meio de significativas mudanças teóricas, metodológicas e empíricas, redimensionou o papel dos índios na história, dotando-os de protagonismo.
TRAJETÓRIA HISTÓRICA E PROTAGONISMOS DOS TUPINAMBÁS NO SUL DA
BAHIA:
da territorialização ao atual processo de demarcação da Terra Indígena.
Ayalla Oliveira Silva.
O sul da Bahia compreende uma região de extremo conflito de terras envolvendo diversos setores da sociedade regional e os povos indígenas habitantes dessa região, com destaque aos litígios em torno da demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, em curso. Terra Indígena essa, reconhecida e delimitada pela agência indigenista (FUNAI), por meio do vínculo que os tupinambás de Olivença guardam com o aldeamento colonial Nossa Senhora da Escada, freguesia de Ilhéus, século XVII. O presente artigo tem por objetivo, portanto, apresentar e discutir a trajetória histórica dos tupinambás com os processos de territorialização, isto é, compreender na longa duração a relação deste Povo com os projetos colonial e de construção do Estado-nação, e os subsequentes processos de esbulhos e de lutas pela recuperação territorial. Para tanto, me utilizarei de fontes de natureza variada e da bibliografia ocupada em estudar os tupinambás de Olivença em diferentes contextos da sua trajetória histórica.
UMA ETNOLOGIA DOS “ÍNDIOS
MISTURADOS”? SITUAÇÃO COLONIAL,TERRITORIALIZAÇÃO E FLUXOS
CULTURAIS.
João Pacheco de Oliveira.
Os povos indígenas do Nordeste não foram objeto de especial interesse para os etnólogos brasileiros. Nas bibliotecas e no mercado editorial são muito raros os trabalhos especializados disponíveis1. Apesar da grande expansão do sistema de pós-graduação nos últimos anos no Brasil, ainda no início desta década contava-se com poucas teses monográficas2 e nenhuma interpretação mais abrangente formulada sobre o assunto. Tudo levava a crer tratar-se, em definitivo, de um objeto de interesse residual, estiolado na contracorrente das problemáticas destacadas pelos america- nistas europeus, e inteiramente deslocado dos grandes debates atuais da antropologia. Uma etnologia menor.
Marcellino José Alves: de índio a caboclo, de “Lampião Mirim” a comunista, uma
trajetória de resistência e luta no sul da Bahia.
Maria Hilda Baqueiro Paraiso.
Na aldeia de N. Sra. da Escada, a partir de 1758, Vila de Olivença conviveram Tupinikins e outros grupos descidos dos sertões. As relações, ao se tornarem mais complexas, exigiram novas estratégias adaptativas e formas de inserção na sociedade, situação agravada quando a vila se tornou distrito de Ilhéus, em 1912, e sua área foi invadida por cacauicultores. A revolta de 1929, liderada por Marcelino, buscava evitar o acesso dos não índios a localidades sob controle indígena. Julgado e absolvido em 1931, Marcelino, seus seguidores e parentes com o apoio do PCB, refugiaram-se no P.I. Caramuru-Paraguaçu, área vista pelo partido como viável para atuar e refúgio de comunistas após a Intentona de 1935. Envolvido na “Revolta do Posto Indígena”, Marcelino e outros índios de Olivença foram julgados e condenados pelo Tribunal de Segurança Nacional em 1937. Foram beneficiados pela decisão governamental de libertar presos políticos que não tinham culpa formalizada. Retornou a Ilhéus e desapareceu sem deixar rastros. Palavras Chaves: Bahia – Índios – Rebelião comunista.
REELABORANDO EXPECTATIVAS: TRAJETÓRIAS E MEMÓRIAS DE
MIGRANTES EM ITABUNA-BA
Priscila Santos da Glória .
Este artigo busca contribuir com a renovação da historiografia regional do sul da Bahia, problematizando as trajetórias dos migrantes que chegaram a Itabuna na década de 1980, os desejos e sonhos presentes em suas memórias. Como a narrativa citada acima do migrante seu Talmon que deixou a zona rural e buscou na cidade de Itabuna melhores condições de vida.
ENTRE A ROÇA E A CIDADE: TRABALHO, TRAJETÓRIAS E
MEMÓRIAS DE MIGRANTES EM ITABUNA, BA (1960-1990)
PRISCILA SANTOS DA GLÓRIA.
Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção de título de mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local da Universidade do Estado da Bahia, sob orientação do Prof. Dr. Wellington Castellucci Junior.
DE PROJETO A PROCESSO COLONIAL:
ÍNDIOS, COLONOS E AUTORIDADES RÉGIAS NA COLONIZAÇÃO
REFORMISTA DA ANTIGA CAPITANIA DE PORTO SEGURO.
(1763-1808)
FRANCISCO EDUARDO TORRES CANCELA
Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em História.